24/06/2016

UM CASAMENTO ABENÇOADO POR DOIS SANTOS

Nunca lhe toquei, nunca a cheirei, na verdade continuamos confinadas a uma distância que nos foi imposta desde o início. Eu em Lisboa e ela no Porto.

A vida tem destas coisas e muitas vezes é nos momentos menos bons que as pessoas mais importantes nos surgem, assim foi com ela. O Rodrigo foi o motivador para tudo o que se tem seguido. Um menino que sei abençoar esta nossa amizade, que será sempre uma enorme lição de vida, de luta e de vontade de se manter por aqui nesta vida mundana que tantas vezes maldizemos. Um menino que o malvado do cancro (e não doença prolongada como insistem dizer) levou. Mais um…  Foi através dele que nos contactámos, foi por ele que fomos trocando mensagens. Depois vieram mais “rodrigos”. Ela sempre a ensinar-me que por muito pouco que tenhamos podemos sempre dividir com outros e que isso pode ser muito. Ela obrigou-me a ser mais solidária, a olhar menos para os meus problemas e mais para quem está ao meu lado. Mesmo à distância, foi estando sempre presente, pertinho de mim. Tao pertinho que um dia percebi que jamais a iria largar pois ela já habitava em mim. Partilhámos historias, medos, alegrias, vontades, desejos… até os silêncios e a distancia foi sendo cada vez menor. Não a física mas a emocional. Gosto dela, gosto tanto dela como sei (não, não é arrogância, sei mesmo) que ela gosta de mim. Depois veio a M… e o que há para não gostar da M? Nada! Docinha, um reflexo do carinho que a envolve desta mãe gigante, de gestos maiores ainda. Para completar chegou o A. que ficou com o papel de reunir no seu abraço estes dois seres maravilhosos.

Nunca lhes toquei, nunca os cheirei mas sei que um dia nos reuniremos num abraço, que o nosso cheiro se irá fundir e no ar ficará apenas o cheiro da felicidade que os amigos sentem quando estão juntos.

Ontem, sob a proteção do Rodrigo e do São João, eles uniram-se e era suposto estarmos lá… não foi possível. Bem na verdade, estivemos. Estivemos lá porque os amigos são omnipresentes quando são verdadeiros. Estivemos porque quis Deus que a M me entregasse um pequeno grande tesouro para eu transformar para a embelezar no dia de ontem. “Não tem valor algum material mas para mim é importante, vou enviar-te” disse-me ela. Meus Deus que responsabilidade. Num envelope chegava uma daquelas pulseiras que muitos usaram para fins medicinais “banal” disse ela, mas não há nada de banalidade quando aquele objeto foi usado por alguém que estimamos e com quem temos ligação. Aquele objeto mundano havia sido usado pela sua avó o que o transformou na joia mais preciosa. Tentei respeitar essas memorias, deixa-las intocáveis, dar-lhe uma “cobertura” efémera que em nada ferisse esses afetos. Dei o meu melhor e ela como amiga que é agradeceu e disse que gostou. Não seria de esperar outra coisa vindo dela.
A isto juntou-se a P que me levou a preparar mais uma surpresa e que bonita ficou… para andar juntinho do peito dela, onde ela sente as suas emoções. Longe? Nunca estivemos tão perto. E ontem apesar de não termos dado aquele abraço eu sei que eles nos sentiram com a mesma intensidade que nós.

A vós meus amigos, e quase na véspera de também nós completarmos aniversário de casamento, desejamos-vos o melhor, o mesmo que queremos para nós.

Gostamos genuinamente de vocês!



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