25/02/2015

MAIS UM CORPO QUE PARTIU

 Ler que mais um corpo cedeu a uma mente já morta começa a tornar-se mais banal do que desejaria. Sim! Eu que já desejei estar nesse lugar sinto-me incomodada. Muito. Confesso que me perturba ler as palavras que os outros escrevem sobre este momento: "parecia tão feliz", "estava sempre a sorrir", "uma miúda sempre alegre a espalhar sorrisos"... dói perceber que na maioria das vezes estamos rodeados por pessoas que não nos conhecem e que ficam satisfeitos com o que aparentamos ser. 
Quando é que vamos parar de nos deixar influenciar pelas aparências? Quando é que vamos passar a olhar para o que está para lá do que os olhos vêem? Quando é que vamos voltar ao momento em que nos aproximávamos uns dos outros pelo que realmente somos e pensamos e não pelo que a sociedade espera de nós?
Mais um corpo partiu. Um corpo que certamente pertencia a alguém que há muito não estava vivo. 
Dói. Dói muito porque quando somos confrontados com isto deveríamos sempre colocar tudo à nossa volta em perspectiva. Quando noticias destas tropeçam em nós deveríamos questionar-nos. Quais os sorrisos que são realmente sorrisos? Quais os que escondem dor ? Quais são as lágrimas de felicidade e quais as que escondem angustia? 
Se calhar está na hora de nos voltamos a olhar mais nos olhos e menos através de um ecrã...



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