18/12/2014

O MEU NOME É SARA MAS JÁ FUI A MARGARIDA

Sempre que tenho conhecimento que alguém colocou termo à vida não consigo deixar de pensar que poderia ser eu.
Aquela pessoa que acaba de partir poderia ter o meu rosto, o meu sangue, o meu ADN, a mesma incapacidade de superar o mal que se instala dentro de nós e que não cabe dentro do nosso corpo.
Eu serei sempre uma doente psiquiátrica em recuperação. Sim doente psiquiátrica. Não me assusta a palavra e confesso que até tenho orgulho em afirmá-lo. Orgulho porque estou aqui hoje porque pedi ajuda. Porque naquele dia, fruto do acaso (ou talvez porque Deus achou que era cedo para mim) a minha mãe me devolveu ao mundo. Sinto orgulho porque naquele dia gritei por ajuda. Aprendi a fazê-lo ali, naquele momento. Pedir ajuda não é vergonha. Pedir ajuda é libertador. Pedir ajuda é o caminho para a cura. Eu sei que nunca estarei curada mas, hoje, também sei que caminho para lá. Aprendi da pior maneira que apenas curamos o que verbalizamos. E hoje eu verbalizo. Ou tento. Pelo menos tento.
O meu nome é sara mas poderia ter sido Margarida...




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