Foi
um menino de 3 anos, que lutava
contra uma leucemia mielóide aguda, que nos uniu. O Rodrigo teve o dom
de despertar em mim, e estou convencida que em mais pessoas, um lado que estava
adormecido – o do altruísmo. Lembrou-me que não basta ficarmos sensibilizadas
com as causas, que não basta nos deixarmos comover pelas histórias com que nos
cruzamos. Não. O Rodrigo levou-me a agir e a meter literalmente as mãos na
massa, que no meu caso significa, correntes, argolas, fechos, peças, pecinhas e
fitas de todas as cores. O meu mundo com tantas cores e o do Rodrigo tão
cinzento, que justiça havia nisto? Criei umas peças e enviei para o TODOS POR
UM de Lisboa e depois para o do Porto, o evento que serviria para angariar não
só mais dadores de medula óssea como fundos para ajudar nos seus tratamentos. E
é neste contexto que ela surge. Ela?!? Sim ela, um furacão de mulher, alguém que
entra na nossa vida e nos contamina, que mexe com as nossas emoções, que nos
faz ter vontade de sermos como ela. Linda, por dentro por fora, de frente de
costas, uma verdadeira inspiração.
A nossa amizade nasceu assim… com palavras
trocadas em correio electrónico, depois encomendas e emoções, depois apenas emoções,
depois mais emoções, depois confidências, depois mais confidências e um desejo
profundo de que ela não se vá embora. Nunca a vi olhos nos olhos mas sei que
tem o olhar mais doce que conheço. Nunca lhe toquei mas sei que tenho guardado
o abraço mais apertado que sei dar. Guardei para ela e para os seus afectos um
espaço no meu coração. Infelizmente o Rodrigo partiu mas eu acredito que é ele
que tem abençoado esta amizade tão querida e da qual eu não vou abrir mão,
digamos que, nos próximos 50 anos.
Ontem eu fui surpreendida por ela. No meu correio
um livro cheio de amor. Repleto de histórias vividas com intensidade, com dor,
com alegria, com afectos, com pessoas reais. Um livro que não só trazia a assinatura
da mais inspiradora das madrinhas, a Catarina Beato, mas a mais bonita de todas
as dedicatórias. Lá dentro, escondidas, estavam palavras manuscritas. À espera de serem descoberta. Bonitas!
Lindas como esta minha querida amiga.
Marisa não sei onde a vida me vai levar
mas tu estarás sempre no meu coração e levar-te-ei sempre comigo (e aos teus
afectos).
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